A importância da Higiene Oral na pessoa com Disfagia

Sempre que falamos em rotina de Higiene Oral, percecionamos as condições ideais. Do
local onde a pessoa a vai realizar essa mesma rotina – habitualmente num quarto de banho
com espelho e lavatório, a altura adequada; e das condições de destreza física da própria
pessoa – sem dificuldades em manusear os utensílios que a vão ajudar nessa rotina, como
pegar numa escova de dentes e levá-la a todos os seus dentes, no interior da sua boca, ou usar
um fio dentário na perfeição.
Na vida real
Na vida real, nem sempre essas condições são possíveis de reunir. Falemos hoje do
caso da pessoa com Disfagia. A pessoa com Disfagia tem uma perturbação ao deglutir. Assim
sendo, ao cuidador cabe a dever de, necessariamente, cumprir com a rotina de Higiene Oral
adequada sob pena de, ao não cumpri-la, incorrer na possibilidade de aspiração de secreções,
líquidos ou alimentos para os pulmões. Nesse contexto, os alimentos que sejam aspirados, ou
até mesmo apenas a presença de bactérias nos interior da boca (junto aos dentes e gengivas),
poderão desencadear uma resposta aguda de inflamação e resultar na conhecida Pneumonia
por Aspiração.
Neste sentido, preconiza-se uma rotina de higiene oral diária adequada à pessoa com
Disfagia por parte do seu cuidador, uma vez que, por norma, essa pessoa terá dificuldade em
realizar por si uma correta e eficaz rotina de higiene oral a cada dia. Tal passa por fazer uma
escovagem duas vezes ao dia (sendo que uma delas é obrigatória após a ultima refeição do
dia) com pasta fluoretada (idealmente sem LSS – lauril sulfato de sódio – na sua composição,
pois cria a chamada “espuma”) e sem água. Basta cuspir o excesso ou remover com
compressas secas. Aquando da última escovagem, dependendo da dimensão dos espaços
entre os dentes, usar ou um porta-fio ou um escovilhão entre os dentes. Este passo é
fundamental para impedir problemas sérios de gengivas e mau hálito. Nas pessoas acamadas,
poder-se-á optar pelo uso de compressas humedecidas em água por forma a remover a placa
bacteriana em boca, evitando assim o bochecho com água.
Outros conselhos
A par da rotina de higiene oral diária, será de importância a consulta ao Higienista Oral
ou Médico Dentista (ou deslocação do profissional de saúde oral ao local onde a pessoa reside,
se possível) uma vez a cada 6 meses para despiste de patologia gengival ou cárie, evitando
procedimentos mais invasivos.
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