Slow Living ou, em bom português, isto de viver a vida devagar

É inegável: Viver depressa e bem, não há quem. O provérbio não é bem assim, mas poderia ser, que até soou bem.
Andamos nesta corrida de vida, na pressa de acorrer às METAS da vida – às que nos impõem e às que nos são impostas. Mas com frequência tendemos a esquecer os nossos PONTOS DE PARTIDA.
E é nesta dicotomia que o coração balança, a fugir atrás das nossas pernas. Nesta corrida desenfreada que é chegar a todo o lado, da forma mais rápida possível, directa se possível, a lado nenhum. Porque ao final do dia, o que fica do que passa?
Stress, ressentimento, cansaço, pouca paciência e um não-senso de dever cumprido. Porque fica sempre algo para fazer: aquela máquina de roupa que já deveria ter arrancado, as plantas que hoje (também hoje) ficaram por regar, a hora em exclusivo a estudar com os miúdos para aquele teste de História & Geografia e tarefas mil.
Falava eu dos pontos de partida. É, voltemos ao início. 9 meses, mais coisa menos coisa, é o tempo que precisamos para nascer. Aí está a natureza com todo o seu rigor, encanto e maestria a dar-nos uma primeira lição. A vida a ser gerada, devagar.
Vamos voltar ainda mais atrás? A natureza. A nossa casa. A origem. Livre de prédios, de metropolitano, de TGV, de autoestrada, de aviões, smartphones e, incredulamente, de internet. Sim, porque havia vida antes da internet. E agora, se aquele site não abre em menos de 2 segundos, fecha-se a janela. E as portas da vida?
A nossa vida, nos moldes em que nos é talhada de slow living tem muito pouco.
Cabe a cada um de nós, meter a mudança que se quer no manípulo dos nossos dias.
E tu, metes a primeira ou metes a sexta?
Rita Cruz de Sousa